Capítulo 53.

#Luan Narrando.

Caramba cara, pisei na bola feio. Feio mesmo. Táquipariu!

Encontrei a Jade no hotel onde estava em Floripa. Conversamos bastante, havia muito  tempo que a via. Conhecemos-nos em 2009 e desde então temos um casinho, nada sério. 

Mas perdemos o contato a mais ou menos um ano e meio. Eu havia trocado o número do celular e ela também. Nos encontramos por acaso, ela estava acompanhando o pai, em uma convenção do partido político dele. Confesso que fiquei mexido. Ela estava mais bonita, acho que havia colocado silicone e seu corpo estava mais definido. Seu sorriso era lindo, e seu cabelo estava quase loiro como o da Manu. Sim, a Manu. Só a Manu. Eu a amo, amo muito.

-Então, Lu... –disse ela sorrindo e alisando minha mão. Era incrível como ela me deixava louco. Foco, Luan. Manoella. Isso, Manoella! –tá namorando?

-Sabe que não?! To solteiro, quero aproveitar a vida, sem me amarrar. –sorri de canto e puxei minha mão.  Tinha que sair logo dali ou acabaria fazendo uma besteira. Não que a Jade não fosse uma pessoa legal. Sim, ela era muito legal, e em todo tempo que ficamos juntos, ela sempre me tratou como uma pessoa normal. Não estava ali comigo somente por eu ser famoso, ou para se promover. Muito pelo contrário, ela ficou muito mal quando saíram nossas fotos em um hotel de Goiás, em 2010.

Conversamos mais um pouco e fui ao banheiro. Quando voltei, Jade estava desligando meu celular. Eu havia esquecido, e quando ela me disse que havia sido uma mulher que ligou, a qual, não era minha mãe, ela riu desconfiada. Anotei seu novo número na agenda e me despedi dela. Já no quarto falei com Manoella, e meu chão caiu. Ela havia descoberto tudo da pior maneira possível, e eu havia a magoado mais uma vez. Seria um  que eu estava fazendo mal a ela?! Será que deveria me afastar?! Deixa-la seguir sua vida sem a minha presença atrapalhando-a? ela poderia ir tranqüila para Londres estudar. Mas meu coração não estaria tranqüilo. Aliás, ele só fica em paz quando estou em seus braços.

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Capítulo 52.

Acordei com uma dor de cabeça gigante. Adormeci após chorar muito, no chão mesmo. Levantei e senti minha coluna reclamar de uma dor na região lombar. Fui para cama e deitei. Ainda eram seis da manhã, era domingo. Resolvi dormir mais um pouco e logo iria para minha “casa”. Acordei às nove da manhã. Tomei um banho gelado, me arrumei e após comer uma salada de frutas, Vanessa fui me deixar em casa. Ela me deu conselhos durante o caminho, e jurou castrar Luan caso ele estivesse me traindo. Ri de sua cara de raiva, só ela mesma para me fazer rir numa situação dessas.

Quando abri a porta, meu pai e Bernadete já me esperavam na sala. Tive que ser forte para não abraçar meu pai e chorar em seu colo. Berê permaneceu inerte. Ficou sentada no sofá apenas me olhando com uma cara de “me desculpe, mas sou sua mãe”. Sentamos no sofá, e eles me explicaram toda situação. Meus pais se conheceram na faculdade. Ela cursava biologia, e ele Engenharia Civil. Logo começaram a namorar, e quando meu pai concluiu o curso e conseguiu um emprego, eles se casaram. Vieram para o Rio de Janeiro, e poucos meses depois descobriram que minha mãe estava grávida. Ela perdeu o bebê e quando estavam saindo do hospital, encontraram Bernadete prestes a ter o bebê.

 Ela não tinha condições de me criar, seu namorado na época havia sumido, e sua família havia a expulsado de casa. Ela estava morando com uma tia, que vivia apenas de sua aposentadoria. Meus pais resolveram a ajudar, me criariam e em troca ela iria ganhar uma casa e uma boa quantia em dinheiro até eu parar de mamar. Mas o plano não deu certo.  E por ironia do destino, eu me apeguei bastante à Bernadete. Ela era minha segunda mãe, isso tinha  não como negar. Minha mãe lutou muito para que ela permanecesse convivendo conosco, e como meu pai cedia tudo para ela, acabou aceitando. Eles me explicaram outras coisas, mas eu não ouvia mais nada. Desabei no choro e abracei meu pai.

Não poderia julga-lo. Muito menos Bernadete, lógico que o que eles fizeram comigo fora totalmente injusto, mas sua situação era realmente muito complicada. Ainda demoraria um certo tempo para eu poder separar as coisas. Saber realmente definir as coisas, e também me estabelecer em relação a Luan. É tanta coisa, quero me esconder. Chorar, chorar e chorar.

Capítulo 51.

- A-alô ? Quem é ? – perguntei , não era a voz de sua mãe , muito menos da Bruna , que era aquela mulher ? 

- Você quer falar com quem ? – perguntou a moça. 

- Quem tá falando , por favor ? – já estava impaciente. 

- É a Jade , posso saber com quem quer falar ?

- Me desculpa foi engano. 

- Tudo bem – ela desligou o telefone , eu fiz o mesmo. Como assim o Luan estava com a Jade , o que eles estavam fazendo ? O que o Luan estava fazendo com o nosso relacionamento , deixando aquela mulher atender o seu telefone ? 

Era tantas coisas na minha cabeça , resolvi voltar para casa , mas não iria ficar ali. 

Quando entrei em casa o meu pai veio até mim , mas não escutei o que ele falava , passei reto , fui até o meu quarto , peguei uma bolsa e coloquei tudo de valor , carteira , documento e umas peça de roupa :

- Filha , para onde você vai ?

- Pai , amanhã eu venho e a gente conversa tudo bem ? E chama a Berê. 

- Me diz pra onde você vai , Manoella ?

- Eu vou na casa de uma amiga e não volto hoje – sai de casa , fui andando até a praça novamente lá tinha um taxi , peguei e dei o endereço da casa de Vanessa. No caminho liguei para ela, expliquei um pouco da situação, e graças a Deus cheguei a sua casa. Ela me recebeu maravilhosamente, como uma verdadeira irmã. Chorei em seu colo, e após um banho ela me deixou sozinha no quarto de hóspedes.

Abrindo a porta do quarto , e quando fechei não consegui mais ficar em pé , me sentei ali no chão mesmo e me desabei em chorar. O meu celular começou a tocar , olhei no visor e era o Luan :

- Amor ? Manoella ? – Luan falava do outro lado da linha , escutando a voz dele , foi que o meu coração ficou mais apertado , mas respirei fundo. 

- Luan , eu quero que me responda apenas sim ou não ... 

- Tá-tá , pode perguntar. 

- Você tá ficando com essa Jade? Me responde Luan !

-Amor, calma. Eu te explico. Eu a encontrei no hotel, ela veio passar uns dias com a família aqui em Floripa, onde vai ter o show. Ficamos conversando um bom tempo, e sai pro banheiro. Mas eu esqueci o celular na mesa e ela atendeu. Não aconteceu nada, amor. O que você tem?

-Tem certeza mesmo?! Voces não estão juntos não? Você não está me traindo? Luan, eu te amo muito!-desabei em lágrimas, ele tinha a respiração pesada. Ficamos um tempo calados...

-Manu, eu nunca iria trair você. Nunca. Eu te amo muito. O que você tem?!

-Descobri tudo. Tudo. Não sou filha de quem eu pensava. Eu sou um erro, um nada. Sou filha da Berê!

-Amor, se acalma. Isso foi um choque. Assim que eu sair desse show vou te ver, fica calma. – espera, ele sabia disso? Sabia e não havia me contado? Só isso poderia explicar seu comportamento.

-Luan, seja sincero. Você sabia disso?

-Amor... –não precisava falar mais nada, tudo havia se esclarecido

-Não acredito! Você traiu a minha confiança. Mentiu pra mim! Nunca mais fale comigo! Adeus!-desliguei o telefone e desabei em chorar. Minha vida havia se transformado em um caos do dia pra noite.