Capítulo 22.

Senti cada parte do meu corpo ser tocada por uma onda de choque, sentia leves arrepios enquanto ele segurava em minha nuca e me apertava na cintura contra ele, seus lábios ainda estavam selados no meu tirando toda minha atenção para o mundo que existia lá fora, e só conseguia me concentrar no seu hálito fresco e nos seus lábios macios e carnudos. A sensação de estar ao lado dele já era esplendida e sem igual, mas sentir o gosto dos seus lábios era surreal, as famosas borboletas no estômago pareciam se multiplicar por mil. Aos poucos Luan foi me soltando e terminou o beijo com uma mordida de leve no meu lábio inferior, sorri para ele ainda um pouco constrangida.

- Desculpe, não consegui esperar até o final da noite. - Ele sorria pra mim enquanto e olhava envergonhado.

- Não se desculpe, eu gostei!

- Gostou mesmo? - As bochechas de Luan coraram na hora.

- Sim!

- Então posso de novo?

- Só com uma condição. - Disse fazendo expressão séria.

- E qual seria ela? - Ele ficou assustado.

- Que você não tenha que ficar pedindo, quando sentir vontade, faça!

Ele sorriu mais uma vez me arrancando o ar, e me causando as famosas borboletas no estômago. Aos poucos ele se aproximou e colocou seus lábios novamente nos meus. Ficamos conversando como se nada tivesse acontecido, deitamos na proa da lancha e ficamos observando às estrelas que enfeitavam o céu, já passava das 3 da madrugada. Até que uma estrela cadente, a mais brilhante de todas passou por nós.

- Feche os olhos e faça um pedido, rápido. Uma estrela cadente. - Disse Luan animado.

- Essa estrela não tem brilho nenhum perto de uma outra que eu conheço, e só o que pode realizar meus sonhos é essa estrela.

Ele abriu os olhos e me olhava confuso, sentou ao meu lado e ficou tentando entender o que eu tinha dito.

- O brilho do seu olhar é mais forte do que qualquer brilho das estrelas que enfeitam esse céu, até mesmo a mais brilhante. Ainda bem que você não tem que dividir um espaço nesse enorme céu com elas,pois ela teriam inveja do seu brilho e com certeza te expulsariam. Seus olhos e seu sorriso já realizam meus sonhos, é neles que eu encontro minhas forças e minha vontade de lutar. Já deixei de acreditar nessas coisas, acredito que a única pessoa que possa me fazer feliz hoje, é você. - Sorri sinceramente tentando controlar as lágrimas que queriam rolar pelo meu rosto.

Ele ficou afagando meus cabelos enquanto seus lábios tocavam no meu suavemente, seu corpo estava totalmente sobre o meu me ''imobilizando'',e eu adorava aquilo

- Prometo que....

- Xiiiiiiiiiiiu...Não promete, não gosto de promessas, a vida é melhor sem elas. Disse eu colocando o dedo nos seus lábios e depois levantando pra ficar mais perto dele.

- Eu gosto de você, gosto do seu jeito.

- Eu também gosto de você, mais do que imagina

Fiquei abraçada com ele na beira do hiate enquanto conversavamos sobre um pouco de tudo e aos poucos ele ia me conhecendo melhor.

-Uma fruta?-esse era nosso “jogo”,ele me fazia perguntas,e eu respondia.Assim com ele também

-Abacaxi-respondi

-Não gosto de abacaxi,prefiro melancia

-Humm,eu gosto do doce de melancia que minha vó faz-disse me recordando quando era criança,todas as férias ia para à fazenda dos meus avós,e sempre me deliciava com seus quitutes

-Nunca provei-disse ele beijando de leve meu rosto-é bom?

-Até demais,esqueço meus problemas comendo ele-ri e Luan me acompanhou-tenho a receita,mas tenho tanta preguiça de fazer

-Agora você me deixou com água na boca,não sou muito fã de doce,mas esse eu quero provar

-Ah poxa,tá tanto trabalho pra fazer

-Que menina mais preguiçosa-disse ele afastando meu cabelo e colocando atrás da orelha

-Para essas coisas eu também tenho preguiça-admiti,nunca tive disposição de cozinhar-Mas,eu sei fazer outras coisas-disse sorrindo maliciosamente,e ele selou nossos lábios

-Que tipo de coisas?-disse ele em um tom de voz baixo,apenas para eu escutar

-Humm,filé à parmegiana,bife acebolado,lazanha,rocambole,escondidinho de carne de sol-sim,queria “conquistar” Luan pelo estômago

-Rapaz do céu,eu quero provar tudo isso,viu?-disse ele rindo,e em seguida me dando um leve selinho

-Podexá,um dia,quem sabe eu faço algum dos meus pratos para você provar

-Você não carioca né?-disse ele mudando de assunto

-Como sabe?

-Seu sotaque denuncia tudo

-Incrível,moro no Rio desde os 4 anos de idade e nunca peguei o sotaque carioca.Não,nasci em Fortaleza

-Fortaleza,terra boa-disse ele sorrindo maliciosamente,tentei interpretar seu olhar,mas era quase impossível

-Sim,terra da luz.O pessoal de lá sente sua falta,Lulis-disse em um tom de tristeza,minhas amigas de lá sempre reclamam-Um show por ano!

-Eu gosto de lá cara,o calor do povo,a energia.Sensacional.Mas fazer o que? Ninguém gosta de mim,por lá-disse ele fazendo bico,e selei rapidamente nossos lábios

-Fui ao seu show ano passado,foi inesquecível-disse e me recordei do dia,a platéia vibrava com Luan-Mas isso é besteira,as meninas de lá te amam

-Que bom que gostou-disse ele rindo-mas ano que vem tem coisa boa pra lá

-O que?-ser curiosa era meu defeito-Conta

-Segredo-disse ele soltando seu sorriso malandro

-Agora vai contar-disse dando leves “murrinhos” em seu braço

-Nem a pau

-Olha o nome feio,menino-o repreendi-coisa feia

-Tá igual minha mãe,ué-ele já gargalhava

Viramos a noite acordados esperando o nascer do sol. Contemplamos a vista maravilhosa daquele lugar, o qual eu já estava amando.